Leitura indicada pela professora Marli Flauzino, Língua Portuguesa.
Escola Rezende, Louveira, SP.
Revista do Projeto Pedagógico - UDEMO
Elaborando o Projeto
Pedagógico
O Sistema de Ciclos e a
Progressão Continuada
As escolas públicas estaduais
trabalham no Sistema de Ciclos e de Progressão Continuada?
Vivemos uma profunda contradição
no que diz respeito ao processo pedagógico das escolas públicas estaduais.
Desde 1998, Ciclos e Progressão
Continuada foram implantados na rede, sem que na realidade tivessem sido
concretizados no Plano de Gestão, no Projeto Pedagógico, no Plano de Ensino e
nas salas de aula das escolas estaduais.
Passados quase cinco anos:
1- as escolas continuam
trabalhando o sistema seriado em seus aspectos positivos e negativos; e o mais
grave, um sistema seriado que não admite retenção;
2- os planejamentos são anuais;
3- permanecem as avaliações
bimestrais e final um tanto camufladas;
4- alunos são promovidos para
séries seguintes sem condições de acompanhá-las - promoção automática -,
contrariando os princípios contidos no Sistema de Ciclos e na Progressão
Continuada nos quais o aprendizado deveria dar-se ao longo de 4 anos,
respeitando-se o ritmo de cada aluno.
"O ciclo de aprendizagem é
visto em geral como uma etapa da escolaridade de pelo menos dois anos
escolares, idealmente de três ou quatro. Os alunos que ingressam no ciclo o
percorrem juntos, sob a responsabilidade dos mesmos professores. Os percursos
de formação são individualizados, mas não há repetência nem qualquer seleção ou
certificação durante o ciclo. A avaliação é formativa; ela permite comandar as
aprendizagens e os percursos de formação de modo que todos os alunos atinjam:
a- os objetivos de final de ciclo;
b- os conhecimentos e,
c- as habilidades e competências.
Os ciclos de aprendizagem oferecem a oportunidade de transformar a
organização individual do trabalho, acrescentando-lhe dispositivos inéditos que
a grade de horário tradicional e o confinamento dos professores em suas salas
de aula não permitem sequer imaginar. Eles (os ciclos) obrigam os professores a
abandonar a "ordem escolar estabelecida", confrontando-os com a
necessidade de planejar e de reinventar a organização do trabalho em função das
necessidades e das prioridades não apenas dos alunos, mas também de seus
colegas de equipe. Para fazer valer o seu ponto de vista diante de seus
colegas, o professor deve desenvolver competências de comunicação e de
negociação das quais não necessitava para gerir sua classe como "único
professor a bordo".
Por que a implantação dos
ciclos e a progressão não se concretizaram?
Em São Paulo foram estabelecidos,
para os oito anos de Ensino Fundamental, dois ciclos de quatro anos de
aprendizagem: os quatro primeiros anos dedicados ao Ciclo I e os derradeiros ao
Ciclo II.
Quando de sua implantação, houve
por parte do magistério séria oposição aos Ciclos e Progressão Continuada
determinada, cremos, pela inexistência de amplo debate, sobre a matéria, entre
SEE e profissionais das escolas.
A secretária de educação, na
época, alegou que qualquer discussão com a rede faria com que direção e
professores rejeitassem a inovação, fato que inviabilizaria a introdução de
Ciclos e da Progressão Continuada.
Na verdade, a secretária da
educação não quis debater Ciclos e Progressão Continuada, simplesmente porque,
para o sucesso dessas inovações, haveria necessidade de investimentos
governamentais na rede pública, e os representantes do magistério, com certeza,
proporiam:
1- reestruturação da
escola no sentido de:
a- diminuir a carga de trabalho
dos professores do Ciclo II, concedendo-lhes tempo maior para atender às novas
tarefas exigidas pela nova forma de trabalhar com os alunos;
b- fixar os professores em suas
unidades, mesmo os OFAs, com a criação da Jornada Opcional de 40 horas para
todos os professores, sejam, OFAs ou efetivos, posto que o Sistema de Ciclos
impõe o acompanhamento das classes pelos mesmos professores durante os quatro
anos de cada ciclo;
c- desenvolver capacitações que
ensinassem os professores a trabalhar no Sistema de Ciclos e Progressão
Continuada, visto que essas inovações são extremamente complexas e visam a
alterar arraigadas práticas docentes difíceis de serem mudadas da noite para o
dia, entre as quais a "avaliação classificatória", na qual não se
respeita o ritmo e a capacidade de cada aluno. Lembremos que o Sistema de
Ciclos e a Progressão Continuada ainda constituem experiências inconclusas em
escolas de países do primeiro mundo.
2- melhores remunerações
para o núcleo de direção, supervisão e docentes, para estimular os
profissionais às exigentes formas de trabalho diretivo e docente determinadas
pelas inovações e,
3- autonomia
administrativa e pedagógica, a fim de que as escolas pudessem melhor agrupar os
alunos, reestruturar a grade curricular, equilibrando o número de aulas de cada
componente, possibilitando a criação de equipes para acompanhar as classes
durante quatro anos e desenvolver programas baseados nos Parâmetros
Curriculares, compatíveis com as exigências do Sistema de Ciclos e Progressão
Continuada.
Diálogo algum teve lugar na rede.
Ciclos e Progressão Continuada foram introduzidos à revelia e pouco se importou
a SEE se a implementação foi real ou não, pois mesmo sem serem corretamente
aplicadas, asseguravam a eliminação das retenções, talvez o grande objetivo da
SEE.
Como não ocorreu a capacitação de professores para desenvolver com sucesso as inovações, a Progressão Continuada transformou-se em promoção automática. Sem uma ampla capacitação da rede para concretizar o Sistema de Ciclos e a Progressão Continuada, grande parte das escolas continuou a trabalhar de forma rotineira, ou seja, montando anualmente seu Plano de Ensino com conteúdos tradicionais desenvolvidos com a maior ou menor eficiência, dependendo da qualidade do corpo diretivo e docente das unidades.
Através do trabalho seriado,
anterior às inovações, a escola mantinha a ideia segundo a qual ao final do ano
letivo os alunos de cada classe deveriam ter aprendido uma certa quantidade de
conteúdos. Ora, como esse pressuposto jamais se concretizou no sistema seriado,
pois muitos alunos não incorporavam esses conteúdos, as reprovações constituíam
uma constante na rede estadual de ensino.
O desconhecimento do que fossem
Ciclos e Progressão Continuada e a manutenção do sistema seriado estabeleciam
uma terrível contradição:
a- por um lado impossibilitavam
um processo pedagógico no qual todos os alunos pudessem aprender;
b- por outro, de acordo com as
inovações implantadas (mas não obedecidas pelas escolas), eliminava-se a
retenção, e, como consequência, os alunos passaram a ser promovidos sem
aproveitamento.
Mas "não adianta chorar sobre o leite derramado". Só podemos combater a promoção automática de alunos e elevar o nível de ensino, propondo-nos a:
Mas "não adianta chorar sobre o leite derramado". Só podemos combater a promoção automática de alunos e elevar o nível de ensino, propondo-nos a:
a- implementar, em nossas
escolas, um Sistema de Ciclos e de Progressão Continuada "possíveis";
b- continuar a luta sindical por
uma reestruturação da rede que permita ao núcleo de direção e docentes
concretizarem plenamente as inovações.
A estruturação de um Sistema
de Ciclos e Progressão Continuada, "possíveis"
Por que o Sistema de Ciclos e
Progressão Continuada podem constituir avanços na aprendizagem dos alunos?
1- Porque no Sistema de Ciclos e
Progressão Continuada a aprendizagem está centrada no aluno através da atenção
que o professor, obrigatoriamente, dará àqueles que apresentam dificuldades de
aprendizagem ao longo do ciclo de quatro anos;
2- Porque a escola estabelece
objetivos e metas para final do ciclo, que os alunos atingirão, cada um a seu
tempo, por meio da Progressão Continuada;
3- Porque elimina-se o sistema
classificatório, ou seja, aquele em que a produção de um determinado aluno é comparada
com os demais, como se todos os discentes apresentassem o mesmo ritmo de
aprendizagem. No sistema de ciclos avalia-se o aluno individualmente e
constantemente, devendo o professor corrigir-lhe as deficiências no momento em
que elas se apresentarem e através de estudos de recuperação paralela;
4- Porque não existe a
preocupação em "correr com os programas" visto que os objetivos
estabelecidos deverão ser alcançados em quatro anos e não ao final de cada ano,
como ocorre com o sistema seriado;
5- Porque as escolas tenderão a
formar equipes que permanecerão durante quatro anos com a mesma classe, gozando
ampla autonomia na elaboração de seu planejamento e no seu trabalho em sala de
aula; contudo, responsabilizando-se pelos resultados ao final do Ciclo. Na rede
pública estadual, para conseguir uma equipe que permaneça quatro anos com as
mesmas classes, seria necessário fixar os professores na unidade, mesmo os
OFAs. Enquanto não se consegue essa alteração na legislação, o jeito é formar
equipes com professores efetivos;
6- Porque levará o professor a conhecer individualmente seus alunos, acompanhando a evolução e os problemas de aprendizagem dos discentes através de ficha descritiva, que demonstre os avanços e dificuldades de cada um deles. Esta ficha descritiva, para uso dos professores do Ciclo II, deve ser bastante simples e objetiva, uma vez que muitos docentes trabalham, em média, com 300, 400, ou mais alunos, enquanto o professor do Ciclo I atende 35 ou 40 discentes.
6- Porque levará o professor a conhecer individualmente seus alunos, acompanhando a evolução e os problemas de aprendizagem dos discentes através de ficha descritiva, que demonstre os avanços e dificuldades de cada um deles. Esta ficha descritiva, para uso dos professores do Ciclo II, deve ser bastante simples e objetiva, uma vez que muitos docentes trabalham, em média, com 300, 400, ou mais alunos, enquanto o professor do Ciclo I atende 35 ou 40 discentes.
De que maneira funciona o
Sistema de Ciclos?
O Sistema de Ciclos é um processo
através do qual a aprendizagem se dá por etapas ou fases, cujos conteúdos
significativos são avaliados sistematicamente para se alcançar os objetivos de
final de Ciclo. No Sistema de Ciclos, respeita-se
o ritmo e a capacidade dos alunos, ou grupo de alunos, ao longo de quatro anos.
Nesse aspecto, os Ciclos
substituem, com vantagem, o sistema seriado, uma vez que a seriação,
teoricamente, determinaria a assimilação dos conteúdos propostos e
desenvolvidos pelos professores, avaliados bimestralmente e no final do ano
letivo. Os alunos que não conseguem assimilar uma certa quantidade desses
conteúdos permaneceriam na mesma série, ou seja, seriam retidos.
Se considerarmos que o porcentual
de retenção já estava atingindo 20% dos alunos da rede pública estadual à época
da implantação dos Ciclos e da Progressão Continuada, imagine-se o tamanho da
exclusão, se as coisas continuassem as mesmas. A tendência seria o aumento da
retenção e evasão escolares. Todavia, promover automaticamente os alunos não
resolve o problema.
O que seriam diferentes ritmos de aprendizagem no Sistema de Ciclos e Progressão Continuada? Vamos dar um exemplo:
O que seriam diferentes ritmos de aprendizagem no Sistema de Ciclos e Progressão Continuada? Vamos dar um exemplo:
a- a professora X observa que
Joãozinho, aluno de 1ª série do Ciclo I e alguns poucos coleguinhas não
conseguem alfabetizar-se no mesmo tempo que Zezinho e a maioria da classe.
b- Joãozinho e alguns outros colegas da classe, uma minoria é claro, necessitarão de maior atenção da professora, enquanto que Zezinho e sua turma avançam com grande facilidade na alfabetização.
c- O que geralmente aconteceria no sistema seriado, neste caso? Joãozinho e seu grupo, depois de alguns meses de estudos, não conseguindo o aproveitamento alcançado por Zezinho e sua turma, geralmente, seriam marginalizados.
d- o professor prossegue seu
trabalho com os alunos que estão aprendendo. Alega que Joãozinho e seu grupo
são muito preguiçosos e desinteressados; "não apreendem mesmo!"
e- no sistema seriado, Joãozinho e seus colegas seriam reprovados. Mas no Sistema de Ciclos, vigente na rede, não existe reprovação. Chegando ao final do ano Joãozinho e seu grupo com baixo nível de alfabetização são promovidos, sem aproveitamento, por um professora que pouco fez para corrigir-lhes as deficiências de aprendizagem. E não o fez, provavelmente, porque "não sabia como Joãozinho e seu grupo poderiam apreender", pois na verdade ela não trabalha no sistema de Ciclos e não entende a Progressão Continuada. Ela é uma entre milhares de professoras que precisaria ser capacitada para essas inovações.
f- Todavia Joãozinho e seu grupo, se nada for feito, poderão concluir o Ciclo I despreparados.
e- no sistema seriado, Joãozinho e seus colegas seriam reprovados. Mas no Sistema de Ciclos, vigente na rede, não existe reprovação. Chegando ao final do ano Joãozinho e seu grupo com baixo nível de alfabetização são promovidos, sem aproveitamento, por um professora que pouco fez para corrigir-lhes as deficiências de aprendizagem. E não o fez, provavelmente, porque "não sabia como Joãozinho e seu grupo poderiam apreender", pois na verdade ela não trabalha no sistema de Ciclos e não entende a Progressão Continuada. Ela é uma entre milhares de professoras que precisaria ser capacitada para essas inovações.
f- Todavia Joãozinho e seu grupo, se nada for feito, poderão concluir o Ciclo I despreparados.
No sistema de Ciclos e Progressão
Continuada, com professores capacitados, a distorção descrita acima não
ocorreria por que:
a- a professora acompanharia a
classe ao longo de quatro anos, para atingir os objetivos de final de ciclo
(entre os quais, a alfabetização dos alunos) a serem avaliados ao final desse
período;
b- Seria respeitado o ritmo dos alunos, pois, avaliações sistemáticas demonstrariam a necessidade de atenção especial para com os alunos ou grupo de alunos que apresentassem dificuldades, buscando essa professora soluções para os problemas de aprendizagem desses discentes;
c- A professora, portanto, envidaria todos os seus esforços para atingir os objetivos propostos, pois se seus alunos apresentassem deficiências graves ao final de quatro anos, ela ficaria numa situação muito difícil, perante os pais, alunos e a escola.
b- Seria respeitado o ritmo dos alunos, pois, avaliações sistemáticas demonstrariam a necessidade de atenção especial para com os alunos ou grupo de alunos que apresentassem dificuldades, buscando essa professora soluções para os problemas de aprendizagem desses discentes;
c- A professora, portanto, envidaria todos os seus esforços para atingir os objetivos propostos, pois se seus alunos apresentassem deficiências graves ao final de quatro anos, ela ficaria numa situação muito difícil, perante os pais, alunos e a escola.
"As equipes de ciclos devem
desenvolver uma visão comum tanto dos objetivos de aprendizagem quanto, também,
da evolução de seus alunos e das dificuldades encontradas por eles. Em vista
disso, observarão seus alunos regular e sistematicamente e confrontarão suas
observações, a fim de chegar a uma compreensão de suas progressões, tão
completa e objetiva quanto possível.
Para poder mensurar o caminho
percorrido, para serem capazes de determinar as etapas de aprendizagem
seguintes, e mesmo as regulações individuais ou coletivas, as equipes devem ser
capazes de distinguir as etapas decisivas de progressão que permitirão aos
alunos concluí-las e atingir os objetivos de final de curso, bem como inventar
dispositivos de aprendizagem que respondam, de um modo ou de outro, às
necessidades individuais de seus alunos. O desafio consiste em criar o
equilíbrio necessário entre as abordagens coletivas e condutas
individualizadas, em recorrer tanto às ferramentas tradicionais que se
mostraram valiosas quanto às abordagens mais insólitas que, talvez, para um
determinado momento pudessem resolver um problema particular, ou ajudá-lo a dar
sentido às aprendizagens e aos esforços que são exigidos dele".
No Sistema de Ciclos, como já
dissemos, a escola estabeleceria objetivos para serem alcançados pelos alunos
ao final de quatro anos.
Que objetivos seriam esses?
Ao final de quatro anos de
estudos no Ciclo I o que esperaríamos dos alunos? Esperaríamos, por exemplo:
" que estejam alfabetizados
ao ponto de comunicarem-se por escrito e oralmente de acordo com o que foi
definido nos objetivos traçados pela escola;
" que apliquem as quatro
operações para resolver problemas;
" que sejam capazes de
reconhecer figuras geométricas;
" que tenham incorporado
habilidades e competências relativas ao seu nível de aprendizagem, sendo, pois,
capazes de descobrir, por si próprios, conhecimentos simples.
Ao final de quatro anos de
estudos do Ciclo II, o que esperaríamos dos adolescentes?
Que tivessem incorporado princípios de cidadania e os objetivos e metas das disciplinas inseridas às páginas 14 e 15 do Projeto Pedagógico.
Com base nesses objetivos:
1- seria estruturado o Projeto
Pedagógico e o Plano de Ensino para quatro anos, com base nos objetivos de
final de Ciclo estabelecidos pelo núcleo de direção, coletivo docente e, se
possível, com a participação também de funcionários, pais e alunos. Ainda com
base nesses objetivos de final de Ciclo, seriam planejados os conteúdos das
disciplinas; portanto, o Projeto Pedagógico e o Plano de Ensino da Escola não
serão para um, mas para quatro anos;
2- No desenvolvimento dos conteúdos significativos planejados, seriam estabelecidas habilidades e competências capazes de levar o aluno, ao longo do processo, a descobrir por si mesmo o conhecimento que procura ou necessita. A incorporação de habilidades e competências contribuirá para a autonomia intelectual do aluno, levando-o a compreender o mundo que o cerca e disputar com sucesso seu espaço no mercado de trabalho.
O Sistema de Ciclos é viabilizado pela Progressão Continuada na medida em que, ao longo de quatro anos, os professores selecionarão conteúdos significativos na preparação de suas aulas, levando em consideração o ritmo dos alunos.
2- No desenvolvimento dos conteúdos significativos planejados, seriam estabelecidas habilidades e competências capazes de levar o aluno, ao longo do processo, a descobrir por si mesmo o conhecimento que procura ou necessita. A incorporação de habilidades e competências contribuirá para a autonomia intelectual do aluno, levando-o a compreender o mundo que o cerca e disputar com sucesso seu espaço no mercado de trabalho.
O Sistema de Ciclos é viabilizado pela Progressão Continuada na medida em que, ao longo de quatro anos, os professores selecionarão conteúdos significativos na preparação de suas aulas, levando em consideração o ritmo dos alunos.
Esses conteúdos, bem preparados,
devem:
1- levar os alunos a atingir
objetivos específicos em cada aula, que podem ser colocados em forma de
problemas;
2- ser trabalhados por meio de
técnicas variadas, entre as quais, aulas dialogadas, nas quais o professor
procurará tirar do aluno o que ele sabe sobre esse conteúdo, buscando unir o
conhecimento rudimentar do discente com o novo, exposto pelo professor;
3- ser avaliados nos últimos
quinze minutos da aula, ainda dialogando-se com os alunos, para saber o grau de
aprendizado do conteúdo desenvolvido naquela aula;
4- ser objeto de verificação da
capacidade de os alunos aplicarem os conhecimentos adquiridos em situações
novas, ou seja, saber se os alunos realmente incorporaram habilidades e
competências com aqueles conteúdos.
Em direção a uma nova escola
O sistema de Ciclos e Progressão
Continuada, não compreendido por muitos, causou forte impacto na rede e mexeu
com os professores, que receberam muito mal essas inovações. Essas inovações
procuravam eliminar o caráter punitivo das avaliações, poderosa arma, usada por
muitos professores para impor um certo conformismo aos alunos e controlar a
disciplina em sala de aula.
Antes do Sistema de Ciclos e da
Progressão Continuada, a ideia era a de que se estudava para passar de ano. Com
essas inovações, a ideia predominante passou a ser: estudar para aprender.
Estudar para aprender, portanto,
tornou-se o grande desafio colocado às escolas e aos professores: trata-se,
pois, de convencer os alunos da importância da aprendizagem para a sua formação
integral, mormente a dos adolescentes.
Para o estabelecimento desse novo
sentido é necessário, primeiramente, alterar a forma "certificativa"
(estudar para tirar diploma) com a qual o sistema de seriação sempre funcionou.
Essa forma garantia ao professor,
que recebia as turmas a cada inicio do ano, a certeza que poderia trabalhar
como sempre o fazia: cumprindo um mesmo programa previamente estabelecido, em
que abordava os conteúdos disciplinares sempre de uma maneira que privilegiava
apenas a complexidade dos conteúdos em relação a eles próprios, e não a sua
complexidade de compreensão para os alunos.
Outra característica é a
utilização de um único procedimento didático de ensino para toda a turma, no
qual se segue com uma mesma abordagem em um mesmo ritmo de ensino para todos,
indistintamente
Concluindo
De que maneira, direção e PCP
introduziriam um Sistema de Ciclos e Progressão Continuada
"possíveis" em sua escola, durante o planejamento?
1- reunindo o coletivo docente
para uma ampla discussão sobre o significado dessas inovações, com base em
textos pertinentes;
2- estimulando os professores a
formarem equipes que acompanhariam as mesmas classes ao longo de quatro anos. A
escola não deve impor a participação de todos, a não ser que haja consenso
entre os professores no sentido de participarem, pois a escola deverá iniciar o
trabalho com os docentes interessados;
3- estabelecendo, durante o
planejamento, os objetivos de final de ciclo para todas as disciplinas, a serem
alcançados pelos alunos;
4- elaborando a partir dos
"objetivos de final de ciclo" o planejamento das disciplinas, ou
seja, o Plano de Ensino;
5- estimulando as equipes a
discutir e propor inovações metodológicas para a consecução de um processo
pedagógico ao mesmo tempo de qualidade, agradável e motivador para os alunos e
elaborar fichas de acompanhamento dos progressos e problemas de aprendizagem
dos discentes;
6- fornecendo subsídios para
discussão e implementação de habilidades e competências a fim de que os
professores possam desenvolvê-las com seus alunos, levando-os a "aprender
a aprender";
7- levando os professores a implementar a Progressão Continuada, por meio de conteúdos desenvolvidos através de aulas expositivas-dialogadas, seminários, painéis, análise de texto, entre outros métodos dinâmicos, a serem utilizados pelos professores. Serão estabelecidos objetivos a serem alcançados pelos alunos durante essa(s) aula(s). Essa(as) aula(as) terá(ão), sempre, uma divisão de tempo: um tempo para exposição (30 a 35 minutos) e outro tempo para avaliação, síntese dos conteúdos e desenvolvimento e aferição de habilidades e competências (15 a 20 minutos). A avaliação se desenvolverá por meio do diálogo professor/aluno. Habilidades e competências serão apuradas a partir da verificação da capacidade de os alunos aplicarem os conhecimentos significativos aprendidos, nas diversas disciplinas e em situações novas. Assim procedendo, o professor terá a possibilidade de sanar falhas de aprendizagem no momento em que elas aparecerem.
7- levando os professores a implementar a Progressão Continuada, por meio de conteúdos desenvolvidos através de aulas expositivas-dialogadas, seminários, painéis, análise de texto, entre outros métodos dinâmicos, a serem utilizados pelos professores. Serão estabelecidos objetivos a serem alcançados pelos alunos durante essa(s) aula(s). Essa(as) aula(as) terá(ão), sempre, uma divisão de tempo: um tempo para exposição (30 a 35 minutos) e outro tempo para avaliação, síntese dos conteúdos e desenvolvimento e aferição de habilidades e competências (15 a 20 minutos). A avaliação se desenvolverá por meio do diálogo professor/aluno. Habilidades e competências serão apuradas a partir da verificação da capacidade de os alunos aplicarem os conhecimentos significativos aprendidos, nas diversas disciplinas e em situações novas. Assim procedendo, o professor terá a possibilidade de sanar falhas de aprendizagem no momento em que elas aparecerem.
8- avaliando, ao lado do coletivo
docente, as fases do processo de aprendizagem dos alunos, a fim de impedir
distorções ao longo dos quatro anos;
9- propondo, na construção do
Projeto Pedagógico da escola, o desenvolvimento de Projetos interdisciplinares,
nos quais as equipes trabalhem coletivamente;
10- assumindo, o coletivo, total
responsabilidade pelos resultados do Sistema de Ciclos e Progressão Continuada
adotado pela escola em seu Projeto Pedagógico, em seu Plano de Curso e em seu
Plano de Gestão.
Bibliografia:
Mônica Gather Thurler - Texto: "Quais as Competências para operar em Ciclos de Aprendizagem", in Revista Pátio, Ano V, n° 17, Maio/Julho 2001.
Mônica Gather Thurler - Texto: "Quais as Competências para operar em Ciclos de Aprendizagem", in Revista Pátio, Ano V, n° 17, Maio/Julho 2001.
Fonte: http://www.udemo.org.br/RevistaPP_01_05OSistemadeCiclos.htm
- acessado em 03/02/2013.